Promoções, transferências e reestruturações organizacionais são comuns nas empresas, mas muitas não percebem que mudanças de função dos trabalhadores têm implicações importantes para a Saúde e Segurança do Trabalho. Alterar as atribuições de um colaborador pode significar exposição a novos riscos ocupacionais, necessidade de treinamentos adicionais e obrigações legais específicas que, se negligenciadas, resultam em autuações e comprometem a proteção do trabalhador. Este artigo esclarece quando uma mudança de cargo exige procedimentos de SST, quais são as obrigações legais e como gerenciar corretamente essas transições através do esocial e da plataforma eSocial Brasil.
Quando a Mudança de Função Exige Ações de SST
Para determinar se a mudança implica em riscos diferentes, é necessário consultar o PGR e comparar o inventário de riscos do cargo de origem com o do cargo de destino. Se houver qualquer diferença nos agentes de risco, suas intensidades ou medidas de controle, considera-se que houve mudança relevante para SST. Dúvidas devem ser esclarecidas pelo médico do trabalho ou engenheiro de segurança responsáveis pelo PCMSO e PGR da empresa.
Procedimentos Obrigatórios na Mudança de Função
Paralelamente ao exame médico, é essencial verificar se o trabalhador necessita de treinamentos específicos para a nova função. Mesmo que ele já tenha experiência geral na empresa, pode haver procedimentos, equipamentos ou riscos específicos da nova área que exigem capacitação. A NR-01 determina que todo trabalhador deve receber treinamento sobre os riscos aos quais está exposto e as medidas de proteção existentes. Com a plataforma eSocial Brasil, é possível criar turmas específicas para esses treinamentos, emitir certificados imediatamente e manter registro completo das capacitações realizadas.
Atualização de Documentos e Eventos no esocial
Além dos eventos ao esocial, os documentos internos de SST devem ser revisados. A Ordem de Serviço do trabalhador precisa ser atualizada para refletir as novas atividades e riscos. Se a mudança implicar em fornecimento de EPIs diferentes, isso deve ser documentado com nova ficha de entrega. O PGR e PCMSO não precisam necessariamente ser refeitos, mas devem estar atualizados contemplando a função de destino no inventário de riscos e no rol de exames ocupacionais. A plataforma eSocial Brasil permite elaborar e gerenciar todos esses documentos de forma centralizada, garantindo consistência entre as informações.
Cuidados Especiais e Boas Práticas
Estabeleça processos internos claros que garantam que o RH comunique imediatamente a área de SST sempre que houver movimentações de pessoal. Essa comunicação deve ocorrer antes da efetivação da mudança, permitindo tempo hábil para realização de exames e treinamentos. Documente todo o processo: mantenha arquivo com ASO de mudança de função, termo de ciência do trabalhador sobre novos riscos, comprovantes de treinamentos realizados e comprovantes de envio dos eventos atualizados ao esocial. Em caso de fiscalização ou questionamentos futuros, essa documentação demonstrará que a empresa agiu com responsabilidade e cumprimento legal. Gerenciar adequadamente mudanças de função não é apenas obrigação legal, mas demonstração de compromisso genuíno com a saúde e segurança dos colaboradores, reconhecendo que cada transição profissional deve ser acompanhada de cuidados apropriados para proteger o bem mais valioso da organização: suas pessoas.
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