As 5 Coisas Essenciais Que Todo Técnico de Segurança Precisa Fazer
(Ou Está Falhando!)


A cada 49 segundos, um acidente de trabalho é registrado no Brasil. E muitos desses acidentes poderiam ser evitados se algumas práticas essenciais fossem realmente aplicadas no dia a dia. Existe uma enorme distância entre o que deveria ser feito e o que realmente acontece nas empresas. Quando ignoramos esses pontos fundamentais, não estamos apenas deixando de cumprir formalidades. Estamos colocando vidas em risco.

1. Registro e Gestão de Near Miss (Quase-Acidentes)

A pirâmide de Bird não mente: para cada acidente fatal, existem cerca de 600 quase-acidentes que passaram despercebidos. O near miss é aquele evento onde tudo poderia ter dado errado, mas por sorte, ninguém se machucou.

 

Se você não está gerenciando os quase-acidentes, está perdendo a principal oportunidade de prevenir tragédias. Cada near miss é um alerta do sistema avisando que algo está errado. Muitos técnicos focam apenas nos acidentes que já aconteceram. Isso é gerir pelo retrovisor. O profissional de verdade antecipa problemas investigando os sinais antes das tragédias. 

No eSocial Brasil, você pode documentar e gerenciar todos os aspectos da segurança do trabalho, facilitando o acompanhamento de tendências e ações corretivas antes que acidentes graves ocorram.

2. Diálogo Diário de Segurança (DDS) Consistente

Todo dia é uma nova chance de reforçar a cultura de segurança. O DDS não é aquela conversa rápida para cumprir protocolo. O DDS efetivo conecta a segurança com a realidade do trabalho daquele dia específico. 


Muitos técnicos tratam o DDS como obrigação burocrática. Pegam um texto pronto, leem rapidamente e pronto. As pessoas ouvem mas não escutam. Um DDS que funciona é específico, prático e conectado com os riscos reais. Se vai chover, você fala sobre trabalho em altura com piso escorregadio. Se houve um near miss, você usa aquele caso para gerar discussão. 

E o mais importante: DDS não é palestra, é diálogo. As melhores ideias vêm dos próprios trabalhadores. Quando você transforma o DDS em conversa de duas vias, multiplica o impacto da ação.

3. Inspeções de Segurança Efetivas

O que foi planejado nem sempre é o que está sendo executado. Você pode ter o melhor PGR, os EPIs mais adequados e os procedimentos mais detalhados. Mas se você não confere se tudo está acontecendo na prática, está gerenciando uma ilusão.

Inspeções não são passeios fotográficos. São investigações para identificar desvios entre o planejado e o executado. É quando você descobre que o protetor foi removido, que o EPI não está sendo usado ou que o procedimento não é seguido. 

Quando encontra um desvio, você não encontrou um culpado. Você encontrou uma oportunidade de melhoria no sistema. A pergunta deve ser "por que nosso sistema permitiu isso?" e não "quem fez errado?". 

No eSocial Brasil, oferecemos elaboração de APR (Análise Preliminar de Risco) e outros documentos essenciais para identificar e controlar riscos antes que se tornem acidentes.

4. Os 5 Porquês: Investigação Real das Causas Raiz

Excesso de velocidade? Por quê? Atraso? Por quê? Má gestão do tempo? Por quê? Falta de planejamento de rotas e prazos? BINGO! Causa raiz encontrada.


A técnica dos 5 Porquês é uma das ferramentas mais poderosas e subutilizadas na segurança. A maioria para na primeira camada e trata sintomas. O trabalhador caiu? "Foi falta de atenção." Investigação encerrada. Mas essa análise superficial não resolve nada. 

Quando você aplica os 5 Porquês de verdade, desce até as falhas sistêmicas. E geralmente descobre que o problema estava em processos organizacionais, pressões de produtividade, falhas de comunicação ou treinamentos inadequados. 

Vai na raiz ou vai tratar sintoma para o resto da vida. Muitas vezes a causa raiz aponta para decisões gerenciais ou falta de investimento. O técnico comprometido tem coragem de apontar as verdadeiras causas, mesmo quando desconfortáveis.

5. Análise Preliminar de Risco (APR) Antes de Qualquer Atividade

Revisar antes é sempre melhor que lamentar depois. A APR é o momento onde você para e pensa: "O que pode dar errado? Quais são os riscos? Como vamos controlá-los?". É uma pausa estratégica que pode salvar vidas.

 
O problema é que em muitas empresas a APR virou papel para assinar. As pessoas preenchem rapidamente, marcam "sim" e seguem adiante. Isso não é APR, é teatro de segurança. 

Uma APR efetiva envolve todos os trabalhadores da tarefa. É discussão real sobre riscos específicos daquela atividade, naquele local. É identificar perigos não óbvios, discutir controles adicionais e ter humildade de cancelar quando os riscos não podem ser controlados. 

E a APR não termina quando o trabalho começa. Condições mudam, novos riscos aparecem. A APR efetiva continua durante toda a execução, com equipes alertas para reavaliar riscos conforme necessário.

Conclusão: A Escolha é Sua

Estas 5 práticas não são opcionais. São pilares fundamentais de uma gestão de segurança efetiva. A pergunta é: você está realmente fazendo todas elas?

 

A cultura de segurança não se constrói com discursos em reuniões. Ela se constrói no dia a dia, com ações consistentes, trabalhadores engajados e técnicos que têm coragem de fazer o que precisa ser feito. 

Cada near miss investigado pode prevenir um acidente grave. Cada DDS relevante pode mudar um comportamento de risco. Cada inspeção efetiva pode identificar um perigo antes que alguém se machuque. Cada análise de causa raiz pode eliminar problemas sistêmicos. Cada APR bem feita pode ser a diferença entre todos voltarem para casa seguros ou uma tragédia. 

A tecnologia pode ser uma grande aliada. Aqui no eSocial Brasil, desenvolvemos ferramentas integradas para gerenciar a segurança do trabalho: elaboração de documentos (PGR, PCMSO, LTCAT, APR, LIP, PPP, AET), gestão de ASO, controle de EPIs, gestão de treinamentos, cadastro de riscos e ambientes, menu CIPA e envio de eventos para o esocial do governo. A centralização facilita a análise de tendências e o cumprimento das obrigações legais. 

Mas lembre-se: ferramentas são apenas ferramentas. O que faz a diferença é o profissional por trás delas. Um técnico comprometido que entende que seu trabalho não é preencher papéis, mas proteger vidas. 

Você faz TODAS essas 5 coisas? Se sim, parabéns. Continue assim. Se não, agora você sabe por onde começar. As vidas que você pode salvar dependem das escolhas que você faz hoje.

Renata De Moro Marques

Social Media - 15/12/2025

 

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